
O transporte coletivo de Brusque deve passar por mudanças significativas nos próximos meses. O edital da nova concessão prevê atualização da frota de ônibus com veículos modernos. Paralelo a isso, quatro terminais regionais serão construídos para interligar os bairros.
Hoje, a tarifa custa R$ 4,70, mas deve haver redução para R$ 3,50 a partir da concessão. De acordo com Roger Mendes Cecchetto, advogado especialista em Direito de Trânsito, as medidas para baratear o transporte coletivo e a oferta de nova frota devem gerar aumento de procura.
“Esta alteração está ligada à qualidade do serviço prestado. Veículos novos utilizados no transporte coletivo trazem mais conforto e segurança aos usuários. Isso já tem um impacto muito grande no aumento da procura pelo serviço”, analisa.
O prefeito de Brusque, André Vechi (PL), também considera que as mudanças a partir da nova concessão vão ajudar na procura pelo transporte coletivo.
“Com a redução da tarifa, as pessoas começam a fazer as contas. Podem observar que o ônibus será mais barato que outro tipo de transporte. Os terminais regionais ajudarão, pois teremos ônibus a todo momento”.

Para Roger, o transporte coletivo é capaz de evitar problemas de mobilidade gerados pela falta de projeção de crescimento de centros urbanos. “Todo modal coletivo reduz o tráfego urbano de uma forma significativa. A utilização do transporte coletivo é uma das formas de resolver o problema de mobilidade urbana que temos nos grandes centros”.
Concessão próxima
Atualmente, o processo de concessão está nas mãos do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que tem prazo de 90 dias correndo para deliberar sobre alterações ou não no edital. Posteriormente, eventuais correções serão realizadas pela prefeitura e a concorrência será aberta.
“Nossa expectativa é que o edital seja publicado entre junho e julho. Depois, haverá a concorrência para sabermos a empresa vencedora. A concessionária terá que garantir a substituição da frota, e teremos ônibus com ar-condicionado e wi-fi”, afirma o prefeito.
O secretário de Administração e Gestão Estratégica, Leonardo Zanella, detalha que a nova concessão prevê o mesmo número de ônibus em operação. Atualmente, são 27, com 25 titulares e dois reservas. No entanto, posteriormente, a frota será reduzida para 25 veículos. Mesmo com a redução, a projeção é de mais quilômetros rodados por mês.
“Apesar da redução no número de ônibus, a quilometragem mensal percorrida aumentará de 110 mil para 170 mil quilômetros. Esta mudança será possível graças à racionalização das linhas existentes, eliminando redundâncias e sobreposições”, garante.
Leonardo comenta que a concessão tem como base um modelo econômico definido como “fluxo de caixa descontado”. Desta forma, a prefeitura possui flexibilidade para alterar a frota e incluir mais ônibus no futuro, por exemplo.

Terminais regionais
Os terminais regionais serão construídos pela prefeitura nos bairros Santa Terezinha, Steffen, Águas Claras e Dom Joaquim. A única logística de Centro-bairro deixará de existir para permitir conexões entre os bairros. O usuário poderá acessar regiões diferentes do município com o pagamento de uma única tarifa.
André Vechi relata que os terrenos que serão desapropriados para receber os terminais já estão mapeados pela prefeitura. O Executivo possui imóveis públicos nos bairros, mas em locais de acesso ruim, o que justifica a necessidade de desapropriação.
“Os terminais precisam ser bem centralizados dentro dos bairros. A ideia é fazer um leilão de terrenos públicos até maio para depois termos um caixa para as desapropriações”, comenta.

O advogado Roger Cecchetto comenta que o transporte coletivo de Blumenau é integrado há muitos anos. Recentemente, novos terminais regionais foram inaugurados para privilegiar as ligações entre bairros do município.
“Os terminais facilitam muito o uso do transporte, pois gera integração entre os bairros e redução de custo no transporte. Alguém que antes precisava utilizar dois ônibus agora tem o deslocamento facilitado com a integração das linhas”, considera o especialista.

Futuro do transporte coletivo
O investimento no transporte público é uma realidade em cidades maiores. Em Curitiba, capital do Paraná, por exemplo, há pontos com faixas exclusivas para ônibus. O prefeito acredita que um modelo semelhante será inevitável no futuro de Brusque.
Ele cita que, um dia, deve entrar em discussão o binário Azambuja-Primeiro de Maio, em que as extensas ruas paralelas poderiam operar em sentidos opostos. Neste contexto, na opinião do prefeito, seria possível estudar a implantação de uma faixa exclusiva para ônibus.
“Creio que não terá como fugir disso. Seria um grande diferencial para quem utiliza o transporte coletivo. Estamos falando não só de qualidade de transporte, mas também de tempo. Se o ônibus demorar dez minutos a menos que um carro, pode ser uma alternativa. É algo que precisa ser amadurecido”.

O assunto não é novo em Brusque, apesar de não estar em discussão atualmente. Em março de 2014, o então vereador Felipe Belotto (PT) formalizou uma indicação à prefeitura em que solicitava estudos para implantação do binário Azambuja-Primeiro de Maio.
“A indicação foi fruto de debate da segunda reunião do conselho político do mandato, sugerida por moradores do bairro Águas Claras. Entendemos que a possibilidade, se vantajosa para comunidade, caberá passar por amplo debate na sociedade”, consta na indicação do ex-vereador.
Roger avalia que as faixas exclusivas têm o papel de privilegiar o transporte coletivo. Ele detalha que Blumenau possui alguns pontos com pistas preferenciais para ônibus, mas que são liberadas para todos os veículos em determinados horários e locais.
“A faixa exclusiva aumenta a velocidade média do deslocamento do transporte coletivo, pois não há trânsito. No entanto, a implementação de faixas exclusivas passa por um estudo de viabilidade e pela necessidade de implantação, mesmo que de forma parcial”.
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Como o atentado de 11 de setembro quase afetou abertura do Alivia Cuca, famoso bar de Brusque:
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